Arte com Ciência é um projeto inicialmente desenvolvido numa parceria entre o Instituto de Pesquisas em Tecnologia e Inovação (IPTI), a Universidade Federal de Sergipe (UFS) e a Secretaria de Estado da Educação de Sergipe (SEED-SE), com financiamento da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP).

Atualmente o projeto conta com outros parceiros: SESI Nacional, Petrobrás, Liceu Edouard Herriot (Lyon, França)

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Colégio Raimundo Mendonça discute planejamento de dispositivo


Durante as feiras escolares de 2011, dois projetos do Colégio Estadual Raimundo Mendonça, de Indiaroba, cujos temas estavam relacionados ao manguezal e sua preservação, foram selecionados para serem transformados em dispositivos permanente de museus de arte e ciência. Nesta quinta-feira, dia 18 de Janeiro, foi realizada uma reunião com os representantes dos dois projetos, as educadoras Nilzete da Conceição, Maria José Cardoso e Neuma Sueli , além da participação de membros da coordenação do projeto Arte com Ciência (Saulo Barretto, Edilson Divino, Maria Helena Zucon, Dândolo Santos e Leonardo Ferreira. 

Os participantes discutiram os conceitos da instalação, que visa englobar as principais características do manguezal – com foco na consciência e na preservação ambiental. O aspecto complementar dos dois trabalhos foi a razão pela qual a equipe do projeto enxergou um bom motivo para juntá-los: enquanto um apresentava maior riqueza estética ao apresentar o lado cultural do mangue, o outro era mais fértil em informações de cunho científico.

Um dos objetivos do dispositivo é, portanto, que ele seja capaz de abordar as diferentes dimensões desse importante ecossistema, ou seja, suas considerações científicas, como as características da sua vegetação e o modo de viver das suas espécies animais; seu lado cultural, presente na culinária e nos instrumentos e indumentárias utilizadas na pesca; sua importância humana, relacionada aos benefícios econômicos e sociais trazidos e, principalmente, o seu valor ecológico, que abrange todos os temas citados. De acordo com Saulo Barretto, “o desafio do dispositivo é que a pessoa, além de adquirir novos conhecimentos científicos sobre o assunto, também saia com uma consciência sobre a importância da preservação dos manguezais e de suas espécies”. 

Contribuição das educadoras foi fundamental para a discussão

De tal maneira, o Arte com Ciência abrange com esse projeto seus três eixos: arte (o uso criativo do conhecimento), ciência (a abordagem e o método)  e ecologia (o valor dado aos aspectos relacionados à preservação ambiental). Por ser protagonizada pelos próprios jovens, com auxílio dos seus professores, atividades como essa trazem a discussão da consciência ambiental para a própria comunidade e, a partir dela, espalha-se para o restante da sociedade. 

Os próprios educadores, ao serem inseridos no processo, se sentem mais aptos a trazer esse tipo de debate para as salas de aula: “É importante passar essa mensagem principalmente aos mais novos, que têm o futuro pela frente, pois muita coisa do que eles aprendem na escola eles acabam levando para casa, podendo inclusive, conversar com seus pais sobre esses assuntos. Quando a gente tem um nível de informação um pouco mais elevado, a gente cria uma consciência maior”, afirma Maria José, professora do colégio. Até o final do projeto, a ideia é criar cinco dispositivos como esse. Quanto mais informação, mais sensibilidade e mais consciência.

A feira de 2011 do Colégio Raimundo Mendonça teve os manguezais como tema

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Planejamento de objetos educacionais na escola Raimundo Mendonça

Em uma reunião realizada nos mesmos moldes que a ocorrida na escola Arabela Ribeiro de Estância, os bolsistas do Colégio Estadual Raimundo Mendonça (Indiaroba) também início às atividades deste ano novo. O encontro teve a presença da professora da escola Neuma Sueli e dos alunos Augusto Pregino e Taís Celestina, sob a organização do coordenador do projeto Arte com Ciência pelo IPTI, Saulo Barretto. 

Durante a reunião, foi posta em discussão a criação dos primeiros objetos educacionais a serem desenvolvidos pela escola, os quais, posteriormente, serão publicados e disponibilizados na plataforma Guigoh. De acordo com Saulo Barretto, as expectativas em relação ao futuro desse projeto são as melhores: “Esperamos que o processo de construção e compartilhamento coletivo de conhecimento sobre ciências se torne uma rotina nas escolas e que isso crie condições para a instauração de um modelo inovador de ensino médio, onde os alunos e professores das escolas estaduais passam também a produzir conhecimento, utilizando as novas linguagens típicas das redes sociais”.

Atuação dos jovens é elemento central de todo o projeto
Com o auxílio da professora Neuma Sueli, os alunos discutiram possíveis ideias para a definição do primeiro objeto educacional, cujo tema eles possuem a liberdade de escolher. As primeiras definições do trabalho em desenvolvimento na Escola Arabela Ribeiro de Estância sobre a Primeira Lei de Mendel foram apresentadas - um dos objetivos da equipe de coordenação do projeto é fazer com que as escolas participantes possam se comunicar cada vez mais entre si, compartilhando informações e conhecimento. 

Após algum tempo de diálogo, em meio à pesquisa do diversificado conteúdo programático do Ensino Médio - nível escolar ao qual os bolsistas pertencem -, algumas sugestões foram surgindo. Outro ponto importante para o projeto é a valorização do protagonismo juvenil no contexto da construção coletiva do conhecimento, ou seja, os jovens não se incluem em apenas uma parte isolada entre uma das etapas, mas atuam ativamente em todo o processo como produtores e transformadores diretos do meio social em que vivem, em um contexto mais amplo.

Guigoh

O Guigoh pode ser definido como uma rede de construção e compartilhamento coletivo de conhecimento que explora ao máximo as novas tecnologias da informação, ou seja, uma rede onde as pessoas podem produzir e compartilhar conhecimento de forma criativa. É algo semelhante, por exemplo, às redes sociais tão comuns e utilizadas hoje em dia, no entanto, com o diferencial de ser uma plataforma voltada para a área da educação. 

Saulo Barretto, explica seu surgimento: “A ideia de criar o Guigoh surgiu ao longo do desenvolvimento de um projeto nacional elaborado pelo IPTI chamado Cultura Digital, destinado ao Ministério da Cultura. Percebemos o potencial da Web 2.0 para a educação, completamente inexplorado. Paralelamente, o IPTI passou a fazer parte de um projeto internacional cujo objetivo era pensar processos colaborativos em redes, como forma de promover o desenvolvimento social e econômico. Neste projeto, havia uma meta que era desenvolver o que eles chamavam de OKS (sigla para Open Knowledge Space, uma plataforma de conhecimento livre), que acabou sendo o Guigoh”. O público-alvo da rede são pessoas e organizações interessadas em instaurar processos coletivos de construção do conhecimento. 

Vale lembrar que os objetos educacionais produzidos dentro do projeto Arte Com Ciência podem pertencer aos mais variados campos do conhecimento como: ciências, matemática, português, artes, poesia, química, biologia e outros. Tão plural quanto os temas que podem ser abordados são as ferramentas e os recursos que podem ser utilizados na elaboração dos objetos. Para citar apenas algumas das possibilidades, há a opção de se utilizar, por exemplo, arquivos de som, animações gráficas, textos, páginas web, infográficos, jogos, entre outras.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Bolsistas do Colégio Arabela Ribeiro iniciam produção de objetos educacionais

O dia 5 de Janeiro marcou a continuidade dos projetos desenvolvidos pelo Arte com Ciência no novo ano de 2012. Nesta quinta-feira, em dois momentos distintos, coordenadores e bolsistas se reuniram nas cidades de Estância e Indiaroba com o objetivo de discutir a criação de objetos educacionais, os quais serão destinados, sobretudo, à plataforma Guigoh, uma espécie de rede social, no entanto, voltada para a área da educação e desenvolvida para se tornar um espaço de construção coletiva do conhecimento.

Em Estância, o encontro no Colégio Estadual Arabela Ribeiro com os alunos Maria Alice de Jesus, Douglas Araújo, Luana Basílio e Maikon Thiago Silva, junto ao professor José Gomes do Nascimento e ao coordenador do Arte com Ciência pelo IPTI, Saulo Barretto, serviu para dar continuidade à elaboração do primeiro objeto, cujo tema central é a Primeira Lei de Mendel, experimento fundamental e pioneiro nos estudos dos genes e dos mecanismos de hereditariedade genética. As ideias e definições que delineiam o trabalho - baseadas principalmente em um espírito inventivo, em que métodos e técnicas dão valor a uma abordagem criativa do ensino e do aprendizado - ficam a cargo dos próprios alunos participantes do projeto, com o auxílio do professor da escola.  “Utilizando elementos criativos para ensinar, prende-se mais a atenção da pessoa e ela passa a se interessar muito mais em aprender”, afirma Douglas Araújo, aluno da escola Arabela Ribeiro e integrante da equipe.

   Alunos definem a primeira lei de Mendel como tema do primeiro objeto
Outro aspecto importante salientado durante a reunião foi a necessidade do uso de uma linguagem comum e interativa dentro do conteúdo dos objetos educacionais. As informações, portanto, devem ser transmitidas de forma sedutora, sem que isso implique na deturpação daquilo que é ensinado. Uma das missões dos bolsistas da escola de Estância foi, justamente, dar uma abordagem lúdica às experiências de Mendel, trazendo assim o ensino para o universo tão familiar aos jovens, que tanto recebem como produzem conhecimento.

Objetos educacionais

Os objetos educacionais (também chamados de objetos de aprendizagem) são recursos cada vez mais importantes e utilizados no processo de ensino e aprendizagem. Variadas definições são utilizadas, no entanto, pode-se dizer que os objetos educacionais são fundamentados em uma metodologia reaplicável, em que uma das características desse recurso é a utilização de novas tecnologias como a internet e de outras ferramentas digitais como softwares de edições de vídeo, áudio e animações gráficas, a fim de favorecer e criar técnicas pedagógicas que possam auxiliar alunos e professores dos mais variados níveis de ensino. Outra característica citada é a especificação do seu conteúdo, ou seja, de maneira geral, os objetos lidam com assuntos bem delimitados e reduzidos, os quais, em ligação conjunta, formam um corpo mais extenso de conhecimento.

Para saber mais sobre objetos educacionais, clique aqui. 

Os trabalhos serão publicados na rede de conhecimento Guigoh